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AS INUNDAÇÕES URBANAS DE RIO CLARO (SP)

da Redação

Sexta-feira, 5 de Junho de 2015

    O texto abaixo, do professor Cláudio di Mauro, foi escrito em Abril de 2010. Entretanto, ele mostra-se tão atual quanto no período em que fora escrito.

 

 

As inundações que atingem áreas urbanas do município de Rio Claro poderiam ser evitadas? Por que ao longo da história não se teve a preocupação com o assunto? O artigo apresenta considerações sobre estas e outras questões recorrentes em grande parte dos municípios brasileiros.

 

Cláudio di Mauro

 

AS INUNDAÇÕES URBANAS NO MUNICÍPIO DE RIO CLARO (SP)

 

    Quando chove muito, na Avenida Brasil e na Avenida José Felício Castelano formam-se verdadeiros rios. Vamos considerar alguns dos motivos desse fato? Apresentamos aqui cinco destes pontos.

 

      1) Claro, as enxurradas e as enchentes são consequências de ter chovido e muito.

 

  2) O relevo do sítio urbano de Rio Claro tem caimento topográfico com cerca de 5 km na mesma direção dessas artérias.

 

Desde o posto na rotatória para Ajapi, Araras e Batovi o caimento se dá pela Avenida Brasil. Desde a Brastemp, Vila Verde, passando pelo Arco-íris, São Miguel e Vila Cristina, o caimento da topografia é denunciado pela Avenida Felício Castelano.

    3) Pelo fato de que nas avenidas 50-A e 52-A, há um “embaciamento” que recebe as águas que escoam a partir e principalmente por essas avenidas e adjacências.

 

    4) Os bairros referidos, Distrito Industrial, Vila Verde, Arco-íris, altos do São Miguel, Vila Cristina e Vila América, foram implantados e impermeabilizados em milhares de metros quadrados com construções e asfaltamentos sem que houvesse a prevenção de implantar as galerias de águas pluviais que promoveriam a drenagem. As águas que se precipitam pelas chuvas nesses bairros teriam que ser divididas, levadas para fundos de vales, sem permitir que drenassem todas pela Avenida Brasil e Avenida Felício Castelano.

 

    5) Não se fez a drenagem que impediria as águas de chegar nas proximidades da Unidade Básica de Saúde da Vila Cristina.

 

    Quais são os motivos que levaram à construção do sítio urbano de Rio Claro com essas características? Em outras palavras, essas inundações poderiam ser evitadas? Implantar galerias de águas pluviais não dava prestígio para quem governava. O que reconhecidamente dava prestígio era implantar o asfaltamento.

 

    Como tratamos esses assuntos desde 1997 até o final de 2004? Conhecendo todo o problema gerado em administrações anteriores, em minhas gestões executamos algumas obras importantes, mas que por si só não resolvem o problema.

 

    O problema deveria ter sido resolvido nos momentos em que os bairros foram implantados. Deixar para depois gera muitos custos e obras que implicam inclusive em quebrar os asfaltos para passar as galerias e depois asfaltar novamente. Em outras palavras, estes tipos de obras corretivas significam dobrar e redobrar gastos com dinheiro público, tão necessário para áreas sociais e mesmo de infraestrutura.

 

    1) No Distrito Industrial, antes de asfaltar ruas que saem da Avenida Brasil, fizemos Galerias de águas pluviais, para levar uma parte da água para o afluente direto do rio Corumbataí.

 

    2) Na região do São Miguel e Bandeirantes, fizemos a correção de uma Vossoroca, erosão que tinha destruído as ruas, postes e afetava casas, no final do ano de 1997. Foram grandes obras neste ponto terminal, para levar uma parcela da água que passa pela Rua 1 do Jardim Bandeirantes.

  3) Fizemos uma ligação de galeria ligando a Vila Cristina ao córrego que sai do São Miguel, passando pelo Jardim Bandeirantes, para retirar uma parte da água do local onde fica a Unidade Básica de Saúde. Contudo, para resolver completamente estes problemas é necessário fazer as galerias de águas pluviais, nos bairros já referidos.

 

   4) Cabe a cada Prefeito que passa pela Prefeitura, fazer uma parte das obras que foram deixadas por medidas demagógicas de administrações anteriores que preferiam apenas fazer asfalto, para ganhar os “louros” e elogios de parte importante da opinião pública. Isso é que dava prestígio para o administrador: fazer casa e asfaltar, mesmo que isso fosse a custos sociais e financeiros elevadíssimos para a população.

   Na Lagoa Seca do Cervezão, todos os anos, muitas famílias ficavam com partes de suas casas sob águas e inundação. Tivemos que fazer exatamente o que informei aqui. Uma galeria de águas pluviais, na parte alta do bairro, levando as águas para o córrego do Jardim das Flores. Correção de obras que deveriam ter sido executadas em gestões anteriores, quando houve a implantação do asfalto.

   Nesse caso, como em muitos outros de Rio Claro, as galerias de águas fluviais, contrariando a legislação vigente, recebem e drenam conjuntamente com os esgotos domésticos.

 

    Ocorre que um Prefeito não pode apenas corrigir uma parte das “barbaridades” feitas pelas administrações que o antecederam. Precisa não permitir que em seu governo sejam repetidos os mesmos erros. Por isso, todo asfalto que fizemos foi após a execução de drenagem urbana com as galerias de águas pluviais. Exemplos dos bairros Jardim das Paineiras, Jardim Panorama, Jardim Brasília, partes importantes do Jardim Novo I e Jardim Novo II, entre outros. Fizemos ainda galerias de águas pluviais em bairros que seriam asfaltados posteriormente, por exemplo: Pé no Chão do São Miguel, Vila Industrial, Santa Elisa e Guanabara.

 

    Não fizemos asfalto em bairros sem antes executar galerias de águas pluviais. Deixamos diversos bairros com galerias de águas pluviais e que posteriormente puderam ser asfaltados. A obra mais cara a ser paga pela Prefeitura com recursos próprios, as galerias, nós executamos. Ou seja: as galerias de águas pluviais, em nossas administrações foram executadas sem que houvesse cobrança suplementar, além do IPTU dos moradores. Os preços dos asfaltos também eram bastante razoáveis, basta comparar os carnês pagos em 2003 e 2004 com os pagos posteriormente.

 

    Tais explicações são necessárias de serem feitas, especialmente em uma fase em que acontecem desastres urbanos, em função das chuvas. Ocorre que obras de prevenção, como as referidas, nem sempre são reconhecidas. Mas, certamente evitaram um conjunto de problemas e de catástrofes para as vidas da população e de toda a cidade.

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