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fomos condenados à esperança

da Redação

Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2016

    Do amigo e poeta PEDRO TIERRA

 

   "Não sou dado a mensagens de fim de ano. De boas festas. Seu conteúdo, em geral, foi tragado por apelos comerciais. Foi esterilizado. Mas, nesses momentos em que se convencionou encerrar ciclos, não é fora de propósito dirigir algumas palavras aos companheiros e amigos.


   Daqui a alguns dias encerraremos 2015. O mais provável é que não deixará saudades na maioria das pessoas. Ao longo do ano estivemos atônitos, indignados, depressivos, decepcionados, furiosos ou recarregados de energia pelos ventos que desatamos. Há anos, como 1968, ao qual a mitologia agregou um sobrenome: "1968: o ano que não terminou". A verdade é que terminou. E terminou mal para nós brasileiros: com o AI-5. Sobre 2015 poderíamos dizer: um ano que não deveria ter começado...


   Penso, porém, que não deveríamos rejeitá-lo de plano. Não me lembro, por exemplo, de um ano em que os conflitos de classe estiveram tão explícitos, nessa sociedade que cultiva a dissimulação. No Brasil, todos sabemos, antes de 2015, não havia partidos de direita. O próprio DEM – um partido de senhores de escravos – se apresenta como "Democratas". Outro, que não vale à pena mencionar a sigla, se afirma social democrata. No Brasil continua não havendo bairros ricos. Aqui só existem bairros nobres... Mas não se pode mudar tudo da noite para o dia...


   Para aqueles entre nós que não se rendem ao rebaixamento – moralista e hipócrita – da Política e que permanecem fiéis ao entendimento de que a Política é o instrumento mais avançado da construção dos destinos coletivos, penso que vale à pena insistir na crença de que os povos trazem consigo a capacidade de regeneração dos seus sistemas políticos e sociais. E dos instrumentos que modelam para construir uma humanidade menos desumana.


  Os socialistas – eu me incluo entre eles – (ME PERMITA AFIRMAR QUE TAMBÉM ME INCLUO) apostamos na humanidade. Mesmo quando ela não alimenta em nós grande otimismo, como nos dias que correm. Não há dúvida 2015 foi um ano duro. E nós fomos mais duros do que ele. A imagem do menino Aylan, o rosto lavado pelo sal, na areia do mediterrâneo permanecerá. A imagem de Justin Trudeau, recebendo crianças sírias no Canadá, também.

 

    Fomos condenados à esperança.

 

    DEUS PROTEJA A HUMANIDADE."

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